11.07.2006

Pois é ...

Novamente eu aqui, um marco de 3 posts de intervalo entre as viagens.

Eu aqui novamente agora não mais sentindo que podia perder como na outra viagem, e sim tendo a certeza que já te perdi.

As vezes acho que vou sentir sua presença para sempre aqui no meu coração. As vezes quero isso para me sentir viva, mas as vezes não quero para não sentir dor.

Sempre posso encontrar de tudo por aqui, mas não encontrei aquela borracha que apaga os nomes da nossa memória nem os sentimentos do meu coração.

Frases perdidas num dia perdido ... um dia sem nexo. Um dia que não tinha a necessidade de existir.

8.12.2006

Versos que não sei onde querem chegar

Junto os cacos pela sala
Desesperada recolho alguns pedaços
Na esperança de que não se quebrem mais
Tudo é vão

Pois eles teimam em cair das minhas mãos
Quebrando vão se tornando outros mil
Estou por todos os cantos agora
No tapete, na mesa, em baixo do sofá

Desintegrada
Não me reconheço

8.03.2006

Gelo

O dia amanheceu gelo, as paredes são gelo, os móveis gelo, o ar gelo.
No quarto a janela aberta, a cortina congelada, o frio que entra nas minhas pernas, meus braços meu sangue, congelando.
À cama de gelo meu corpo mimético, onde acaba a minha pele, onde eu sou o lençol?
Um livro caido no chão quebrou, cubo de gelo.
Sozinha sou gelo, sou a parede gélida, sou o criado. Muda. Sou os cacos do livro.
A solidão do ar rarefeito dói, única molécula do quarteirão.
Pela janela, ninguém entra. Somente o gelo, eu.

Quando você volta?

7.04.2006

Pois é ....

Sabe quando fica aquela frase na cabeça, mas a rima não vem?

Pois é ... a rima não vem

4.26.2006

Suco de limão que parece laranja e tem gosto de tamarindo...

Mais um sonho realizado na terra do tio Sam. O fabuloso e fantástico: Jugo de tamarindo del Chavo Sem dúvida eu escolhi o de tamarindo que parece laranja e tem gosto de limão








O gosto? Bem não sei definir, alguma coisa entre laranja e limão



Refrescante como nenhum outro!

Eu sei...eu sei

Puxa fiquei sem inspiração bem na parte mais interessante. Quem sabe um dia desses eu termino o Talismã.

3.17.2006

Talismã

Parte 1 – Do início de um ciclo

Tenho uma mania que me persegue há uns três anos, quando encontro alguma coisa perdida por aí vou logo guardando na minha bolsa, claro que faço um esforço tremendo para saber se pertence a alguém, se não é de ninguém logo é meu.

Tudo começou quando eu estava saindo da faculdade num Sábado à tarde e dei por conta que tinha perdido meus óculos, procurei na sala que eu tive aula, na lanchonete e na loja de livros que eu havia estado no intervalo. Nada de óculos e o pior é que eu tinha acabado de comprar meus olhinhos de vidro como eu chamava meus óculos por vezes negligenciados, sentada já sentindo falta deles e pensando em como os substituiria, foi quando lembrei que bem escondidinha no primeiro andar do bloco H havia uma sala de achados e perdidos e se houvessem boas almas encontradoras de óculos no mundo, essas almas entregariam coisas perdidas no setor de achados e perdidos no bloco H em mãos de Dona Carmem. Num disparo cheguei à sala, mas infelizmente as almas filhasdaputa persuadiram as boas almas que um dia existiram no mundo, almas filhasdaputa não pensam em ninguém, nem mesmo que alguém pode estar sem seus olhinhos de vidro e que precisa muito deles na prova de segunda-feira. Dona Carmem disse que se lembraria de mim se alguém deixasse uma caixinha de óculos com ela, foi nesse momento que eu o vi. Um estojinho vermelho, muito do engraçadinho e bem gordinho, um vermelho que me atraia de tal forma que não foi possível resistir:

- Dona Carmem, acabo de me lembrar que na outra semana perdi um estojo vermelho, alguém deixou um estojo aqui?
- Me deixa ver – aqui esta é esse?
- É sim dona Carmem, que bom. Muito obrigada!


Sai como que triunfante da salinha, se ficaria sem meus óculos alguém ficaria sem seu estojo. Nada mais justo.

Parte 2 – Das descobertas

Coloco o estojo na minha bolsa e vou para casa. Chegando, largo minhas coisas na sala, preparo alguma coisa para comer, vejo um pouco de TV e desmaio de sono. Desperto com um susto, talvez um sonho, mas com uma vontade enorme de ver o que o estojinho vermelho guardava dentro de si.

1 Borracha com desenho de coração
2 Canetas - uma preta outra azul, esta toda mordida
1 Lapiseira sem grafite
1 Caixinha de grafites
1 Real em moeda
1 Bilhete
1 Chaveiro de leão

No bilhete escrito:

“Má, o chaveirinho é para dar sorte e para lembrar que eu sou seu leãozinho e que sempre vou estar com você te protegendo durante as provas.
Boa sorte minha linda!
Beijos Leo”

Joguei tudo para um canto, peguei o chaveiro, cheirei tinha um perfume delicioso, algo como uma flor. Guardei na minha bolsa, e passei o final de semana de pernas para o ar. Não tive vontade nenhuma de estudar, precisava de muita nota nessa prova. Levantava, remexia a mala, nada de pegar nenhum livro ou caderno, via no fundo o chaveirinho, pegava, cheirava e guardava. Foi assim o fim do sábado e todo o domingo.

Segunda-feira sentada na carteira da sala aguardando a distribuição das provas, última olhada no meu amigo leão. Prova na carteira. Lápis na mão. Impressionante, primeiro exercício - fiz em 5 minutos, segundo exercício – Acho que não fui nessa aula, mas vamos ver o que eu sei fazer – terceiro exercício – Como era a fórmula mesmo? Lembrei. Só isso? Tão simples!Trinta minutos depois, esperando meus amigos na porta da sala para comprar os exercícios.

Sai o Denis:
- Nossa muito difícil!
Sai o Takai:
- Impossível esse professor tá loco!
Sai o Ivan:
- Ainda bem que não precisava de muito.

Resumindo, eu devia ter ido muito mal, confundido tudo, eu não podia ter achado a prova tão fácil assim sem ter estudado. Agora só me restava esperar pela a nota e me preparar para o exame.

Três dias depois, o Denis me chama de longe:

- Você viu sua nota?
- Não, muito ruim?
- Não, foi a maior nota da sala.
- Sério?
- Sério!Você tirou nove.
- Não acredito
- Vai olhar no quadro!


Fui verificar, era eu mesma, nove, exatamente o que eu precisava nada a mais, nada a menos, exatos nove. Num impulso abri minha mala beijei o chaveiro e agradeci. De agora em diante ele seria meus talismã.


Parte 3 – do fim da magia

Aquele bimestre foi excepcional, as melhores notas que eu jamais tirei. Sentada no banco do jardim aguardava à hora da última prova. Tinha a certeza que meu talismã me ajudaria como ajudou em todas as outras provas, estava tranqüila esperando, é nessa hora ouço uma conversa:

Ela – Mas Leo, o que eu fiz para você?
Ele – Má você nunca me entende, sempre me cobra estar do seu lado.
Ela – É que eu gosto tanto de você, deixo tudo para ficar com você.
Ele – Mas eu não quero que você deixe nada, quero que viva a sua vida.
Ela – Eu vivo, mas vivo melhor do seu lado!
Ele – Má eu não te amo mais, essa é a verdade. Não quero mais viver do seu lado.
Ela - Eu te amo Leo.
Ele – Meu amor passou, sinto muito.
Ele – Marina, não chore!

Ela sai correndo e chorando pelo campus.

Hora da prova, o professor entrega a prova na minha mão, mas agora sinto alguma coisa errada. Mãos suando, visão embaçada, o nervosismo como antes. Primeiro exercício – vou deixar para depois. Segundo exercício – nosso nunca vi essa matéria. Terceiro exercício – é o fim. Noventa minutos, entrego a prova, exercícios incompletos nenhum resolvido com certeza. No corredor todos dizendo que foi moleza e eu certeza de exame no fim do ano.

Sentei no banco mais uma vez e lá eu entendi. Passou o efeito, o talismã perdeu a força.

Continua

2.23.2006

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

2.15.2006

Frio na espinha


- Morto! ele está morto ! Morto! ele está MORTO!

9 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Hoje é domingo, fim de semana cinza e chuvoso. As lágrimas alagaram as ruas ontem, muitos tentaram nos salvar, a correnteza estava muito forte, eu, fiquei, ele, se foi. Dor no peito, como dói meu coração. Sem ele não sou ninguém.

12 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Não sei mais o que fazer, vejo-o por todos os lugares, seu fantasma me assombra, vejo Carlos em todos os bares, em todos os rostos. Hoje é feriado, dia de Nossa Senhora, prometi que vou para Aparecida do Norte rezar, para Carlos não me assombrar, para eu conseguir tocar minha vida e deixar Carlos dormir em paz.

13 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Hoje no banco todos na fila eram Carlos, em todos os formulários Carlos. No almoço ele estava lá. No Jantar também. Preciso cumprir a promessa de ir para Aparecida. Não aguento mais, ele precisa sair da minha cabeça.
Fazem dias que não durmo, preciso descançar.

14 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Nada para falar.

17 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Passei o final de semana inteiro trancada no quarto, tentando fugir da imagem de Carlos, fechei as janelas, apaguei as luzes. Por fim, Carlos apareceu no meu quarto. Ele estava lá! Ao pé da cama, me olhando com seus olhos negros brilhantes. Seus olhos iluminavam o quarto, e ele falou comigo. Estou louca diário!? Ele falou comigo! Senti um enorme frio na espinha.

22 de Outubro, Ano 2005
Querido diário,
Falei com Carlos esta madrugada pode parecer loucura, mas não é, isso me acalma, me anima, me faz querer viver. Consigo agora lembrar todos os nossos bons momentos. Revivê-los e dividi-los mais uma vez com quem sempre esteve ao meu lado. Carlos está no meu coração e na minha mente, e está agora ao meu lado novamente. Todos notaram a minha mudança, no banco todos dizem que estou mais disposta, mais feliz, exceto minha gerente que disse que eu deveria parar de falar tanto, ela não entede nada.

30 de Outubro Ano 2005
Querido,

Depois de tantas noites em branco, depois de minhas discussões aqui em casa, da briga com Karen, dos problemas no banco, acho que agora todos concordam comigo. Você está vivo meu amor, mais vivo do que nunca, você esta aqui dentro de mim. Meu sorriso é seu sorriso, meu olhar é o seu olhar, você habita meu corpo preencheu todos os espaços vazios. Somos um ser só.
Hoje é domingo, amanhã pedirei demissão no banco, quero mais tempo para me dedicar a você.

Novembro Ano 2005
Querido,
Hoje é finados, fico feliz em não ter que visitar lápides no cemitério, sei que ela está vazia!

Novembro Ano 2005
Querido,
Onde você está? Por que não me procura mais? Meu pais te assutaram? Vou falar com eles, eles não vão mais te atormentar, você poderá ir para minha casa quantas vezes quiser. Eles não dirão nada.

Novembro Ano 2005
Querido, onde está você? Volte por favor!

Novembro Ano 2005
Querido, não me deixe!

Dezembro Ano 2005
Diário,
Hoje vi Carlos tenho certeza que era ele. Amanhã estarei no mesmo lugar para ver se o vejo novamente.

Dezembro Ano 2005
Diário,
Vi Carlos novamente, ouvi os sininhos dos anjos, ele está bem. Amanhã tentarei me comunicar com ele. Tenho certeza que estão tentando levar ele para longe, mas vou mostrar para ele o verdadeiro caminho da luz, tenho certeza que vai querer falar comigo amanhã.

Dezembro Ano 2005
Diário,
É Natal, esperei por Carlos em vão.

Ano 2006
Diário,
Ano novo! Espero ver Carlos hoje, farei plantão no local que sempre o vejo, quero ter certeza que não o perdi de vista em sequer um segundo.

Ano 2006
Diário,
Hoje falei com Carlos, ele ficou espantado com minha aparência, acho que teve um pouco de medo, devia estar viva demais para ele, com certeza ele ficou no mundo dos mortos por muito tempo e está esquecendo os vivos, mas eu disse que eu o amava e que tudo ficaria bem. Que eu sempre estaria ao seu lado.E que eu faria com que ele se lembrasse de mim. Eu te amo Carlos! Trarei você para o meu lado novamente.

5 de JaneiroAno 2006
Querido diário,
Hoje falei com Carlos novamente, tudo anda muito bem. Estou tão feliz, estou radiante !!!

Carlos: - Thaís!?
Eu: - Olá Carlos, tudo bem com você meu amor?
Carlos: - Olha eu estou acupado não posso falar com você agora. Você tem que entender a enchente...você não se lembra? Você ficou, tem que aceitar o que aconteceu.
Eu: - Eu sei. Mas você não lembra depois? Quando você foi me procurar em casa? Conversamos tanto por tanto tempo, foram tantos dias.
Carlos: - Olha só Thais veja a Karen, somos felizes você não vê? Por que você nos tortura?
(Pobre Carlos, não havia ninguém ao seu lado)
Eu: - Olá Karen! (para não chateá-lo)
Carlos: - Você não vê! Você deve seguir em frente! Se desligar do passado, ele já se foi.
Eu: - Mas Carlos, me ouça, nossas lembranças...elas podem te trazer a vida
Carlos: - Vida ? Você esta louca?
Eu: - Não Carlos me ouça
Carlos: - Thaís, preste a atenção no que eu vou te falar agora.

Não sei o que aconteceu, não consegui ouvir o que ele disse, ouvi um estrondo muito alto. Acho que nos desconectamos, não vi mais Carlos. Olhei ao meu redor e ele sumiu, amanhã tentarei com mais vontade.

Ano XX
Diário,
Perdi totalmente a noção do tempo, viver com Carlos é tão apaixonante ele me completa. Adoro quando ele fica sentado aos pés da minha cama, me olhando. Eu sabia que conseguiria fazer ele entender, que ele poderia viver, poderíamos novamente ser um casal feliz. Não vivemos no passado, somente encontramos uma maneira de revivermos nossos bons momentos, que foram tantos e tão felizes e assim manter Carlos vivo.

Ano XX
Diário,
Meus pais entraram no meu quarto, graças a Deus não viram Carlos. Não sei por que meu pai quer detetizar a casa. Ele disse que devem ter ratos, ninguém suporta o cheiro ruim, acho que meu irmão tem algo estragado no armário.

Ano XX
Diário,
Hoje decidi levar Carlos à Aparecida novamente, aproveito enquanto detetizam minha casa e agradeço pela graça alcançada. Olhei fundo em seus olhos e senti um imenso frio na espinha.

DIÁRIO DE SÃO PAULO
Sábado 4 de Fevereiro Ano 2006

Jovem de 23 anos é flagrada atirando cadáver na Dutra

Por volta de 9:00hs da manhã de ontem a ex-bancária Thais Lopes foi flagrada atirando um cadáver para fora de seu carro Rodovia Presidente Dutra nas proximidades de Aparecida do Norte. O cadáver era de Henrique Lins de 24 anos, estudante do último ano de engenharia. Ainda não foram identificadas as causas de sua morte. Descobriu-se que o estudante Henrique, estava desaparecido desde 6 de Janeiro deste ano, seu cadáver já estava em estado de decomposição avançada indicando que o estudante morreu perto do dia de seu desaparecimento.
Quase 1km distante dalí há quase 2 meses foi encontrado o corpo de Carlos Pacheco, também estudante de engenharia e com aparência semelhante à Henrique, foi constatado que Carlos fora vítima de afogamento, o que intrigou os policiais na época, por falta de provas o caso foi arquivado. Foi aberto um inquérito para investigar a relação entre as mortes.
Thaís, não fez declarações.

1.30.2006

Trocando os pés pelas Mãos

Acordei. Levei meus pés até meu rosto, como assim? Meu pé prolongamento de meu antebraço? Fechei os olhos, fiz que dormi, fiz que acordei. Não acreditava ainda estavam lá, meus pés ainda estavam lá. Não queria levantar o lençol, não queria ver. Será que teria agora quatro pés? Levantei.

Aflição.Aflita. Como seria? Como andaria? Como comeria? Como viveria?

Levantei o lençol que foi aos poucos mostrando.
Por quê meu deus? Por quê?

Minhas mãos.

Pensei. Meu deus por que?

Dormi. Acordei. Dormi. Acordei. Acordei. Dormi. Dormi. Dormi. Dormi. Sonhei. Pulei. Pulei um susto na minha cama.

O fotógrafo! Só podia ser ele. Crueldade. Mostro. Porco. Por deus só podia ser ele!

Lembrei de quando ele disse tudo aquilo, aquela fixação pelos meus pés. Por todos os pés. Lembro que o ofendi, mas também aquela insistência com meus pés, o que era aquilo? Já estava achando que ele deveria ser um tarado de pés. Pedólatra ele dizia que não era. Mas era. E era. Como era.

Presa. Acorrentada sem correntes, pés trocados com minhas mãos. Isso não poderia ficar assim. Tudo tem que ter um fim. E o meu não seria presa aquela cama.

Ensaiei os primeiros passos, uma mão, depois a outra. O chão parecia mais frio hoje, mais duro e mais áspero. Não era tão impossível como eu havia imaginado. Minhas mãos faziam tudo que meus pés podiam fazer, precisava me apoiar pelas paredes é claro. Uma pequena dor nas as, mas isso só até me acostumar.

Acrobacias. Vesti minha roupa. Pés imprestáveis. Segurem a escova. Não me ouvem!? Já basta!

Sai de casa. Atravessei a rua. O piche era como brasa para meus pés. Lá estava ele com uma de suas modelos. Rostinhos bonitos que concordavam com tudo que ele dizia. Claro. Não entediam nada. Aquele olhar de desprezo que ele olhava para elas, nem isso elas percebiam. Não admitiria que me olhassem assim.

Como doiam minhas costas.

Espanto.

Saia daqui! Agora! Trovejou o mostro. Rostinho bonito pegou suas coisas e sumiu. Agora eramos só ele e eu. Se pudesse o sufocaria, imprestáveis.

Então começou a gargalhar. Mas e mais alto. Como um porco suava e como um louco gargalhava. Tremia. Babava.

Dores nas costas. Quase me arrastei para chegar até a escrivaninha, queria matar o porco. Tesoura. Imprestáveis, segurem essa tesoura! E ele ria. E eu o fuzilava com meu olhar.

Me segurou pelos braços, beijou meus pés. Senti medo. Depois torpor.

Caida no chão. Imprestáveis se negavam a matar. Dores nas costas. Precisava deitar. Tinha que me ajoelhar para pegar a tesoura caida chão. O porco não parava de me beijar eu queria gritar, queria chorar. Deitada no chão, dores nas costas não aguentava mais. Fechei os olhos, não queria sentir o monstro e seu suor em meu rosto nos meus pés seus beijos.

Explosão. Não me contive. Gritei. Pés imprestáveis como podiam. Me rendi.

Amei. Dormi. Acordei. Sonhei. Amei.

Tapete. Tesoura. Monstro. Pés nos pés. Mãos nas mãos. Não podia acreditar tudo voltou ao lugar.

Ele acordou agora me fuzilava com seu olhar de desprezo.

Pés imprestáveis, por que voltaram para seu lugar?

1.26.2006

Rapidinha que ficou grande demais

Terça-feira pré feriado de aniversário da cidade. Nada para fazer durante a noite. Ligo a TV no TeleCine "qualquer coisa". Estrelando: Alien x Predador. Tchanamm! uma idéia original, indo contra meu último post sobre como é dificil encontrar algo original no mundo de hoje, digo isso por que peloamordedeus quem poderia pensar em juntar o Alien e o Predador num filme. Ao invés de mudar de canal decidi pagar para ver (na verdade não pago nada por que a TV é a gato). Nos 15 minutos do primeiro tempo estava torcendo para o Alien, afinal o Predador queria destruir o Schwarzenegger e o cara é do bem, foi até eleito governador dos USA o cara tem que ser gente boa. Também me liguei que seria seguro ficar até o fim do filme ao lado da mocinha de vermelho por que ela além de muito gata era mais corajosa que o bando de marmanjos que estava com ela.
Pausa para fazer pipoca: Devo ter perdido partes "importantíssimas" do filme.
Pausa para reclamação: Que falta faz um comercial no meio do filme para podermos fazer pipoca. Algum assinante poderia fazer essa reclamação para mim?
Segundo tempo, aí que o enredo se desenrola ou se enrola (interessantíssimo!?), aprendi com o filme que o Sr. Predador Guerreiro veio para o mundo há muitos anos e que ele ajudou nossas civilizações a se desenvolverem, como troca sacrificávamos alguns humanos afim de que os Aliens se procriassem e eles (os Predadores) destruiam os Aliens para provar que eram bons de briga (!?!?). Em resumo os Predadores são os mocinhos, e os Aliens os malvados e eu estava torcendo para o lado errado no começo, quando percebi o erro que cometi mudei minhas fichas para o Predador e agitei a torcida PREDADOR PREDADOR !!!. No final a mocinha ganhou. E o Predador morreu tentando nos salvar.

O que me fez pensar:
Predador = ser bonzinho salvando o mundo
Predador luta contra o Schwarzenegger
Schwarzenegger = estava lutando pelos americanos no outro filme
Quem é o vilão afinal?

Diferente mAs iguaL

De uns tempos para cá tenho percebido como as coisas se repetem, quando ando pela rua o rosto da maioria das pessoas me parece familiar, sempre me lembram alguém que eu já encontrei em algum lugar, e olha que eu não vivo numa pequena cidade onde todos se conhecem e as pessoas me conhecem também. Vivo numa das maiores cidades do mundo e mesmo assim todos me lembram alguém. Tudo bem que basta conhecer o rosto de um coreano para conhecer todos os outros, o Brasil é o país das misturas, do encontro de raças, da miscigenação, para mim o esperado seria ter mais resultados diferentes para todas estas equações onde se somam índios, com árabes, negros, italianos etc. Mas mesmo num lugar como esse parece que a criatividade acaba, sempre sai o sorriso de um no rosto de outro. As mãos do pianista nos braços do médico. Os pés do velocista nas pernas do gari, todos em todos. E um pouco de mim só em mim.
Também percebo isso ocorrendo em filmes, livros, novelas (essas sim não têm originalidade nenhuma), nas notícias de guerra, nos países que afundam, nos países que emergem, nas brincadeiras de povos distintos, nos seus ritos, nos seus atos, neste caso todos têm a mesma origem: necessidade.
Vejo agora com mais clareza o porquê de estudar história e antigas civilizações (que nem precisam ser tão antigas assim). Hoje percebo o que muitos com certeza já perceberam antes, que se pode sim prever nosso futuro com base em fatos do passado, pois tudo têm uma leve tendência a se repetir em pequenas ou grandes proporções. Será que vamos desaparecer?
O mais engraçado é que a maioria das coisas parecem sempre coindicir com alguma coisa que antecede a tudo isso. Nós seres humanos temos, nem que seja uma parte infinitesimal, algo de semelhante a qualquer outro ser vivo sobre a terra, o que mostra que todos viemos do um, do primeiro, do original. Livros são o melhor exemplo disso, basta ler alguns clássicos e pronto, você lê pedaços dele em todos os outros, a idéia original veio de um único pensamento, mas não necessariamente de uma única pessoa, pois já foi comprovado que as mesmas idéias surgem em grupos diferentes, em épocas diferentes ou até mesmo no mesmo instante, provando mais uma vez como os seres humanos são iguais e vêm o mundo de uma maneira peculiar à todos.
Não sei se eu estou velha e já não consigo pensar com clareza e ver novidade no filme em cartaz, ou no novo livro que foi publicado. Será que a criatividade foi extinta? Será algum dia será? Mas sei que fica cada vez mais dificil fazer alguma coisa que ninguém tenha feito antes.

E olha que a minha idéia era muito boa...mas acho que não vou ganhar dinheiro nenhum com ela.

1.12.2006

Meu feliz aniversário para mim

Nada melhor que um dia ensolarado de presente J

Breve
E vai ficando cada vez mais breve
Um dia já podemos carregá-la em uma mochila
Em uma cápsula
De repende podemos colocá-la em um instante
No momento feliz que resume tudo
Explica tudo

Minha vida num barco de papel !