1.26.2006

Diferente mAs iguaL

De uns tempos para cá tenho percebido como as coisas se repetem, quando ando pela rua o rosto da maioria das pessoas me parece familiar, sempre me lembram alguém que eu já encontrei em algum lugar, e olha que eu não vivo numa pequena cidade onde todos se conhecem e as pessoas me conhecem também. Vivo numa das maiores cidades do mundo e mesmo assim todos me lembram alguém. Tudo bem que basta conhecer o rosto de um coreano para conhecer todos os outros, o Brasil é o país das misturas, do encontro de raças, da miscigenação, para mim o esperado seria ter mais resultados diferentes para todas estas equações onde se somam índios, com árabes, negros, italianos etc. Mas mesmo num lugar como esse parece que a criatividade acaba, sempre sai o sorriso de um no rosto de outro. As mãos do pianista nos braços do médico. Os pés do velocista nas pernas do gari, todos em todos. E um pouco de mim só em mim.
Também percebo isso ocorrendo em filmes, livros, novelas (essas sim não têm originalidade nenhuma), nas notícias de guerra, nos países que afundam, nos países que emergem, nas brincadeiras de povos distintos, nos seus ritos, nos seus atos, neste caso todos têm a mesma origem: necessidade.
Vejo agora com mais clareza o porquê de estudar história e antigas civilizações (que nem precisam ser tão antigas assim). Hoje percebo o que muitos com certeza já perceberam antes, que se pode sim prever nosso futuro com base em fatos do passado, pois tudo têm uma leve tendência a se repetir em pequenas ou grandes proporções. Será que vamos desaparecer?
O mais engraçado é que a maioria das coisas parecem sempre coindicir com alguma coisa que antecede a tudo isso. Nós seres humanos temos, nem que seja uma parte infinitesimal, algo de semelhante a qualquer outro ser vivo sobre a terra, o que mostra que todos viemos do um, do primeiro, do original. Livros são o melhor exemplo disso, basta ler alguns clássicos e pronto, você lê pedaços dele em todos os outros, a idéia original veio de um único pensamento, mas não necessariamente de uma única pessoa, pois já foi comprovado que as mesmas idéias surgem em grupos diferentes, em épocas diferentes ou até mesmo no mesmo instante, provando mais uma vez como os seres humanos são iguais e vêm o mundo de uma maneira peculiar à todos.
Não sei se eu estou velha e já não consigo pensar com clareza e ver novidade no filme em cartaz, ou no novo livro que foi publicado. Será que a criatividade foi extinta? Será algum dia será? Mas sei que fica cada vez mais dificil fazer alguma coisa que ninguém tenha feito antes.

E olha que a minha idéia era muito boa...mas acho que não vou ganhar dinheiro nenhum com ela.

Um comentário:

Me! disse...

Senti falta de ouvir aldo daí! Bom, por aqui tivemos muitos eventos no último final-de-semana, deu para sair e curtir...seja lá raios o que significa isso aqui.

Do seu assunto sobre "tudo igual" queria fazer tambem minha observacao: Aqui sou exótica! Sou um elemento do conjunto isolado que nao intersecta com ninguem. Ja li metade de um livro do Ivar Lissner e a Alemanha tem pontos determinantes desde muitos séculos (sao colonizadores e nao colonizados), mas mesmo assim, o sistema educacional deles e considerado na Idade Média, totalmente seletivo.

Precisa vir me visitar aqui algum dia para ver do que estou falando!

Sinto pelas suas palavras mais tranquilidade em voce!

beijo
simone