6.02.2007

Chapeleiro Maluco

Um certo dia Alice estava sentada na sua sala gelada lendo alguns manuais e tentando enteder porque o mundo tinha que ser um lugar tão complicado para se viver. Era um dia comum como tantos outros, mas quando chegou no final do último volume da série de manuais sobre a vida na terra, com o canto do olho viu um vulto passando pela sala , num primeiro momento Alice não soube identificar o que era aquele vulto, mas como ela viu a porta que dava acesso à sala ao lado bater decidiu ver o que era, pois com certeza aquele vulto tinha entrado lá.
Ao entrar na sala, Alice caminhou até o final do corredor de repente ouviu um estrondo vindo da porta de entrada correu para a sala gelada não achou nada, mas quando olhou para o seu computador viu um par de patas entrando pelo monitor. Correu para a sua mesa, mas já era tarde e aquela criatura já havia entrado em seu computador. A pergunta que Alice fazia a si mesma era.

- Vamos onde ?

E como se estivesse lendo a mente de Alice uma vinda do computador disse:

- Onde queres ireis de ir.

Alice não se espantou, apesar do mais estranho que possa ser ela sentiu se à vontade para sentar em sua mesa e voltou a ler o primeiro volume da sua série de manuais. O que espantou Alice na verdade foi o fato de que os manuais pareciam ter sido reescritos. Ela já havia lido e relido aqueles manuais mais de 650 vezes, mas somente agora eles faziam sentido.

Um dia após a chegada do visitante Alice levou chá para que pudessem conversar e se aquecer na sala gelada, depois de tanto tempo convivendo com o frio ela já havia se acostumado, mas até a maneira que Alice sentia o mundo começou a mudar depois da chegada do hóspede misterioso. Alice ofereceu-lhe chá e uma mão branca saiu da tela pegando a xícara. Querendo testar então seu hóspede Alice formulou uma pergunta em sua mente.

- Quanto salgado?

E a resposta veio imediatamente:

- Tanto quanto não podeis

Depois disso Alice percebeu que não veria mais as coisas como eram antes, abriu a porta da sala gelada e deixou o ar quente entrar. Tudo lá dentro derreteu, os móveis, sua cadeira, seus livros até seu computador que a cada gota derretida ia deixando uma mostra do que estava dentro dele. Primeiro viu uma orelha, depois um pé, um braço até que não restava mais nada para derreter. Ao olhar nos seus olhos Alice sabia que já o conhecia de algum lugar, mas de onde? Então ele disse:

- Do caminho que te levava daqui.

Alice sorriu e foi embora, deixando o chapeleiro maluco na sala que agora derretida não existia. Não teve medo porque agora conhecia o mundo e não era mais segredo a resposta para a sua pergunta.

- É complicado por que fazemos ele ser – ouviu um grito vindo lá de longe.

Mas isso Alice já sabia.